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Junji Ito: Maniac é uma experiência melhor que o Collection

Em 2018 foi lançado no Japão o anime para TV Junji Ito: Collection, distribuído oficialmente pela Crunchyroll aqui no Brasil. Agora, 5 anos depois, é lançado em ONA (Original Net Animation, isto é, obras lançados diretamente na Internet) o anime Junji Ito: Maniac (ou, em português, Junji Ito: Histórias Macabras do Japão), distribuído oficialmente pela Netflix.

Neste ano, a adaptação das obras de Junji Ito permanece com o Studio Deen, assim como em 2018, e mais uma vez a obra não chega na casa dos 7 de nota do MyAnimeList. Subiu, mas não muito; de 6,45 para 6,62. É pouco, eu sei, mas essa diferença de nota é refletida em cena, houve um avanço se comparado ao anime anterior.

A série de anime adaptará 20 histórias de vários mangás de Itou pela primeira vez, incluindo Tomie, Souichi e Kubitsuri Kikyuu.

Diferente da obra anterior, que teve um começo fraco com o péssimo personagem Soichi, que pra mim é uma das criações mais fracas do Junji Ito; em Histórias Macabras do Japão iniciamos a jornada com o episódio intitulado "Os estranhos irmãos Hikizuri", e olha...é um ótimo começo.
(Comentei boa parte da minha jornada com a obra lá no Twitter, para seguir o perfil clique aqui).

Outro ponto destaque deste primeiro episódio é o protagonista, gostei muito do dele e até me identifiquei um pouco. E, por incrível que pareça, é um conto a qual não possui um final caótico; diferente da maioria.

Faço questão, também, de deixar claro que em alguns momentos é agradável aos olhos o visual mais "clean", contudo é fato que isso limita a experiência de se consumir obras de Junji Ito. Ao ler o mangá, o visual mais "sujo" promove bem a sensação de horror que o autor tenta passar, apesar de nem sempre conseguir.

(Anime)
(Mangá)

Assistir Junji Ito: Maniac foi uma experiência superior a de se acompanhar Junji Ito Collection, e acredito que dois fatores foram de grande importância para tal:

1. Contos 

Dessa vez houve uma melhor escolha nas histórias. Obviamente ainda existem contos que você simplesmente sente vontade de pular, mas se comparado a 2018, estes são superiores.

2. "De uma só vez"

Eu acompanhei Junji Ito Collection enquanto era lançado, e foi frustrante esperar semana a semana para assistir um episódio completamente medíocre

A Netflix acertou em disponibilizar a obra de uma só vez, desse modo ficou mais dinâmico e dá para mascarar os episódios medianos em meio aos bons.

E é isso que seria, pra mim, a essência de Histórias Macabras do Japão; um anime que oscila.

Assim como comentei no Twitter, os poucos episódios que focam em um só conto, ao invés de dois, como na maioria, tendem a ser melhores, pois há um maior tempo de tela para aprofundamento. O destaque fica para o episódio 9, "Foto de Tomie".


Entretanto, para tudo existem exceções, e em Junji Ito: Maniac não é diferente. Não bastando ter metade de um episódio (4) com foco no Soichi, a obra decide encerrar (Episódio 12) focando mais uma vez no medíocre personagem. Não é um dos piores episódios, mas haviam outros contos bem melhores para o encerramento da obra, como a própria história da Tomie, seria um final de ouro.

De todo modo, é interessante saber que existem obras onde você tem a liberdade de assistir na ordem que quiser, por não ser preso a uma cronologia, mas também há o outro lado da moeda. Por conta de tal fato você acaba passando tanto por boas histórias quanto por contos medíocres, que em sua maioria são na primeira parte do anime.



Como havia citado um pouco acima, apesar destes episódios mais fracos, os bons acabam mascarando e você pensa mais sobre eles no final, ao contar sua experiência. No fim vale um pouco a pena ter passado por contos como "A História do Túnel Misterioso" e "Balões no Ar" se pensar que existem boas histórias, como "Foto de Tomie" e "Cidade de Túmulos" (cujo o final poderia ter sido um pouco melhor).

Junji Ito: Maniac é uma experiência melhor que o Collection, e vale mais a pena assisti-lo. Não é uma das melhores obras que assisti, mas não chega nem perto de ser uma das piores. Eu não reassistiria a obra por completo, mas talvez pararia para rever alguns contos.

Agora é hora de esperar para ver se em um futuro próximo teremos mais adaptações de obras do Junji Ito, e se dessa vez teremos uma que seja boa do início ao fim.

Para você que curte as obras do "mestre" do horror, no blog temos um artigo falando sobre Uzumaki, para ler basta clicar aqui.





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