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Record of Ragnarok (Shuumatsu no Valkyrie) é extremamente divertido

Olá, leitor! Eu estava passando pela minha enorme lista de animes na Netflix, decidindo o que assistir, quando me perguntei "por que não dar uma chance pra Record of Ragnarok (Shuumatsu no Valkyrie) ?", e admito que, sem dúvidas, foi uma ótima escolha.

Eu já conhecia a obra por alto, por ter ouvido falar que era beeem mediana e que possuía uma animação ruim (já chegamos lá). Então fui assistir com uma expectativa baixa, mas me surpreendi desde o primeiro episódio com uma história extremamente interessante.

Mas antes, a sinopse (essa é longa mas explica bem do que se trata):

Em Record of Ragnarok, o Conselho de Deuses se reúne a cada 100 anos para decidir o destino da humanidade. Após 7 milhões de anos de História, esses seres mitológicos chegam à conclusão de que os humanos são um caso perdido ​​e que devem ser exterminados. No entanto, a valquíria Brunhild sugere dar a eles uma última chance de provar seu valor. Fica, assim, decretada a Batalha de Ragnarok, na qual 13 grandes representantes da espécie humana e 13 dos deuses mais poderosos se enfrentam até a morte, com a chance de a humanidade ser poupada se seu lado obtiver sete vitórias na competição. Para equilibrar as probabilidades, cada humano recebe a ajuda de uma valquíria que se transforma em uma poderosa arma chamada "Volund" – feita sob medida para seu estilo de luta, mas que corre o risco de perder a vida se o usuário for morto.


🟥Textos em vermelho são spoilers. Caso não queira recebê-los pode ignorar, não irá atrapalhar o entendimento do post.

Nessa primeira temporada (de duas, até então) acompanhamos 3 lutas que duram 4 episódios cada (assim totalizando os 12 do anime), sendo elas (nesta ordem): Thor vs Lü Bu, Zeus vs Adão e Poseidon vs Sasaki Kojirō (curiosamente, as 3 que constam na capa deste post).

O primeiro duelo de Record of Ragnarok já deixa claro o que viria ao decorrer dos episódios da temporada: lutas que não acontecem por acaso ou são rasas, existem um aprofundamento de cada personagem, na medida do possível. Com isso também podemos observar um paralelo entre cada personagem que está lutando, não foi uma escolha do acaso (ao menos na minha percepção).

Um exemplo disso é o primeiro confronto, onde Thor e Lü Bu sempre derrotaram seus adversários com um só golpe, e desta vez é necessário mais que isso para que um dos dois saia vitorioso.

Destaco ambos os flashbacks, onde vemos Thor derrotando os Gigantes e Lü Bu se entregando para a morte por conta de tédio. No final deste confronto o vencedor presta um nobre gesto para com o derrotado - que no caso é o Thor, quando, respeitosamente, mata os seguidores de Lü Bu para que se juntem a ele (a pedido dos mesmos).

Durante os flashbacks também fica claro que a animação definitivamente não é um dos pontos fortes de Shuumatsu no Valkyrie. Enquanto a história de Thor é contada vemos em tela cenas tão estáticas que chega a ser incômodo.

O que me surpreendeu, visto que:

1. É um anime licenciado para a Netflix, que geralmente toma um mínimo cuidado para com suas obras produzidas;

2. O estúdio responsável pela animação, Graphinica, já fez obras com uma qualidade superior (Hellsing Ultimate, Arslan Senki, Juuni Taisen).

Apesar disso, não é algo que tira tira completamente a divertida experiência que é assistir Ragnarok (mesmo que isso seja um ponto negativo). Inclusive, mesmo com esse contra, a obra sabe ter momentos de impacto com sua trilha sonora.

Seguindo o paralelo presente nos confrontos, temos Zeus vs Adão; o Deus dos Deuses contra o Primeiro Humano; o "pai" dos Deus contra o "pai" da humanidade.

Apesar de ter sido a luta mais curta das 3 (pouco mais de 7 minutos), foi um confronto interessante de se acompanhar. Por ter sido feito à semelhança do criador, Adão possuí a técnica de copiar poderes divinos, o que o favorece muito em confronto. Com isto o vemos esquivar de diversos ataques de Zeus, a qual é completamente poderoso, e em seguida usá-los contra o mesmo.

Dos personagens apresentados na primeira temporada, Adão foi um dos meus favoritos. Desde o seu visual angelical até a sua personalidade de pai, que quer o bem de seus filhos diretos com Eva, assim como de toda a humanidade. Fora o incrível flashback onde vemos seu amor por sua amada.

Também fica o destaque para a história de Zeus, que derrotou o próprio pai, assim se tornando o Ser Dominante.

E o desfecho, apesar de triste e um pouco previsível, é de se impressionar. Adão, mesmo com sua derrota, obteve respeito dos Deuses.

Fechando os confrontos da primeira temporada, o melhor duelo, Poseidon vs Sasaki Kojirō. O temido Deus dos Mares, o mais assustador e respeitado, contra o maior "perdedor" dentre os espadachins, que ao mesmo tempo é o melhor e mais nobre.

Coroando o fato de Record of Ragnarok, mesmo sendo um anime de batalhas, ter flashbacks e histórias melhores que os confrontos, temos o incrível conto de Kojirō - de longe o melhor de Shuumatsu no Valkyrie

Em toda sua vida Sasaki nunca venceu diretamente um confronto. Contudo, sempre que era derrotado Kojirō buscava aprender com seu fracasso e treinava mentalmente até derrotar o seu oponente, assim desenvolvendo uma técnica de observação a qual consegue "prever" os próximos passos de seu adversário.

Com uma humildade e levando o ensinamento de cada uma de suas batalhas, temos um incrível confronto contra o arrogante Deus dos Mares, que nunca foi derrotado - o perdedor vs o vencedor. O resultado final, consagrando a vitória de Kojirō, a primeira dos humanos, é de se emocionar.


Em suma, Record of Ragnarok (Shuumatsu no Valkyrie) é uma escolha interessante para os amantes de obras de luta, e isto é acompanhado de um bom aprofundamento no background dos personagens, o que não faz os confrontos serem rasos. Contudo é importante ter em mente que a história, em determinados momentos, se faz mais interessante que o próprio duelo em tela, que vez ou outra possui uma animação decepcionante e até estática.

Mesmo assim é uma obra que vale a pena ser conferida, tendo seus 12 episódios disponíveis na Netflix com dublagem em português.

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